Em março do ano passado, a OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) iniciou seu projeto de transição energética com a inauguração da primeira central geradora de energia fotovoltaica, localizada na Colônia de Férias da Secional, no município paulista de Três Fronteiras. A utilização de energia limpa e renovável é vista como a possibilidade de consolidar um dos pilares da atual gestão - a busca por boas práticas ambientais, sociais e de governança.
O planejamento é concluir, até o final de 2024, a implantação de 18 usinas solares capazes de abastecer todas as unidades do estado. Esta é a projeção de Alexandre de Sá Domingues, diretor-tesoureiro da OAB SP, que detalha o andamento do processo e destaca o impacto positivo da iniciativa para a Ordem paulista.
Por que a OAB SP decidiu construir usinas para consumo de energia própria? Qual a finalidade desse projeto?
A OAB SP sempre foi uma defensora das causas ambientais, possui comissões ligadas ao meio ambiente há muitos anos e, nessa possibilidade de produzir energia para consumo próprio, vimos a oportunidade de sair do discurso para a prática. A possibilidade de transformar todas as nossas ações e ideias de governança ligadas a ESG em um projeto prático que pudesse trazer um retorno não só financeiro, mas também de impacto na sociedade. Considerando que a OAB SP conta com aproximadamente 500 unidades consumidoras de energia no estado, vai gerar uma grande economia, mas, principalmente, será um belo exemplo a ser seguido por outras instituições como a nossa.
Quantas usinas estão previstas e em quais regiões?
Temos sete concessionárias no estado e cada concessionária atende um percentual da nossa demanda. Os últimos quatro editais abertos foram na região da CPFL Piratininga, da CPFL Santa Cruz, CPFL Paulista e na EDP. Teremos 11 novas miniusinas nessas concessionárias, mas no total, serão 18 em todo o estado. É a nossa estimativa para dar conta de cobrir toda a demanda da OAB SP por energia elétrica.
Há um prazo estipulado para finalização da implantação de todas as usinas?
Nosso objetivo é implantar essas 18 usinas até o final de 2024.
Qual será o impacto positivo sob a ótica ambiental?
A gente estima que, assim que todas as unidades estiverem funcionando na sua capacidade máxima, teremos uma redução na emissão de CO2 na ordem de 100 toneladas por mês com esse projeto.
Financeiramente, qual a previsão de economia desta iniciativa?
Se considerarmos o que foi gasto no ano de 2023 com energia elétrica, cerca de R$ 3,5 milhões, a nossa estimativa é ter uma economia de 70%, reduzindo os custos de R$ 2 milhões a R$ 2,5 milhões por ano.
E os benefícios para a classe?
Nossa ideia é desenvolver ainda mais nossa infraestrutura. Queremos disponibilizar mais recursos para a advocacia sem onerar a anuidade. Nos últimos anos, temos feito um grande esforço para reposicionar o valor da anuidade da OAB em São Paulo e conseguimos. Saímos da anuidade mais cara do País para uma das dez mais baratas.
Além desses aspectos, o que mais a OAB SP prezou na realização desse projeto?
Nós fizemos editais para dar transparência a todo o processo. A OAB SP não está sujeita à Lei das Licitações, mas procuramos trazer para dentro da nossa estrutura as melhores práticas de governança. A transparência é uma dessas premissas, um dos pilares mais importantes. Fizemos no formato de editais pensando na qualidade do produto, para termos segurança e podermos investir bem o dinheiro da advocacia. É motivo de muita satisfação ver que, além de tudo, conseguimos fazer com transparência esse processo.
