Dando continuidade ao V Encontro Nacional de Presidentes das Comissões dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB, que ocorreu na sede da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo), nesta terça-feira (10), os participantes tiveram a oportunidade de conhecer as instalações do Comitê Paralímpico Brasileiro, uma das referências mundiais em infraestrutura esportiva para atletas com deficiência.
A visita guiada apresentou as dependências do Centro de Treinamento Paraolímpico, estrutura que conta com alojamentos rotativos para atletas de todo o Brasil em um espaço de 140 mil metros quadrados. Além de servir como centro de treinamento, o local recebe também torneios classificatórios para competições oficiais.
Durante a visita, o presidente do Comitê Paralímpico, Mizael Conrado, apresentou as iniciativas e conquistas da instituição, destacando a importância do esporte na inclusão e valorização das pessoas com deficiência. A troca de experiências reforçou o compromisso das comissões com a promoção de políticas inclusivas e o fortalecimento dos direitos das PcDs no Brasil.
Mizael Conrado, que já presidiu a Comissão dos Direitos das Pessoas com Deficiência da OAB São Paulo, destacou o desempenho histórico do Brasil nas Paralimpíadas de Paris. O país conquistou 89 medalhas e teve sua melhor campanha, alcançando a quinta posição no quadro geral. "O sarrafo aumentou e, com ele, vem a responsabilidade", ressaltou Conrado, mencionando o crescimento expressivo em relação à edição anterior, quando o Brasil subiu ao pódio 72 vezes. Ele ainda enfatizou que o objetivo é competir em pé de igualdade com as potências mundiais nos Jogos de Los Angeles, em 2028, reforçando o papel do esporte no avanço da inclusão e da excelência esportiva no país.
A secretária municipal da Pessoa com Deficiência, Silvia Grecco, ressaltou a importância de reconhecer as conquistas já alcançadas, mas alertou para os desafios ainda presentes na luta pela inclusão. “Já conquistamos muitas coisas, mas ainda há muito para ser conquistado. Não podemos deixar que as políticas de inclusão sejam partidárias, elas devem ser políticas de Estado, para que possam ser duradouras e se perpetuar ao longo do tempo”, afirmou Silvia, destacando a necessidade de garantir que os avanços sejam permanentes e não sujeitos a mudanças políticas.
Além de seu papel como presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, Mizael Conrado, bicampeão paralímpico no futebol de 5 (para cegos) e eleito o melhor jogador da modalidade em 1998, defendeu que o esporte vai além da alta performance e tem como principal objetivo a inclusão. "A transformação através do esporte é o caminho para a inclusão, não apenas com o foco em formar atletas, mas sim cidadãos autônomos", destacou. Conrado também mencionou o projeto-piloto que pretende implementar nas escolas de São Paulo, voltado justamente para promover essa transformação social por meio do esporte.
