Como a Inteligência Artificial e a saúde mental estão relacionadas? De que forma esses assuntos impactam no dia a dia dos advogados? O II Innovation Day, promovido pela Comissão de Empreendedorismo Legal da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) convidou especialistas para discutir esses e outros temas cada vez mais presentes no cotidiano dos profissionais do Direito.
A presença de ferramentas digitais na rotina de todos, em tempo integral, é uma realidade. O fluxo ágil de informação, de mudanças e inovações nas plataformas digitais, acompanhado da rotina de trabalho, é causa de transtornos de ansiedade em diferentes grupos da sociedade. Com esta preocupação, o psicólogo Flavio Vaz de Oliveira abriu a manhã de debates, tocando em um assunto imprescindível para a manutenção do bem-estar dos profissionais de advocacia: o uso da inteligência artificial. “Quem aqui nunca achou que o Chat GPT veio para substituir a gente? Temos que entender que essas mudanças transformaram a forma de advogar, mas elas não vão substituir o advogado”, ponderou o profissional de saúde.
Em complemento à fala de Oliveira, o empresário, com especialização em tecnologia da construção civil, Renato Marques Cardoso, destacou a importância de manter-se humano mesmo diante de tantos mecanismos digitais. “Não deixem que a tecnologia tome aquilo que há de mais precioso em vocês, que é a capacidade neural, o raciocínio lógico e emocional. Isso é parte importante para a análise de processos”, pontuou Cardoso durante sua exposição sobre “Inteligência Artificial (IA) empregada ao campo jurídico: benefícios e malefícios e segurança cibernética”.
Para o conselheiro de Inovação e Transformação Digital da Genial Investimentos, Venâncio Velloso, a Transformação Digital vai muito além da tecnologia. “As pessoas precisam estar capacitadas, ser educadas sobre práticas e metodologias na nova economia, para fazer essa mudança. Entender que a tecnologia hoje faz parte do core do negócio, não é mais só um serviço”, avaliou.
Uso de IA pela advocacia
Um dos temas em destaque foi a confiabilidade das informações geradas pela IA, que podem gerar impacto em decisões judiciais. Os especialistas ponderam que, por tratar-se de uma ferramenta alimentada por dados de épocas e canais diversos, é possível que apresente erros de amostragem e informações preconceituosas, por exemplo. Isso pode afetar, desproporcionalmente, grupos marginalizados. “É aí que entra a sua vivência, a sua análise de caso a caso. É você, usuário da ferramenta, quem vai tomar a decisão, nunca será ela (IA)”, ressaltou.
Fernanda Matias Ramos, vice-presidente da Comissão de Empreendedorismo Legal da OAB SP, acredita que a inovação e a tecnologia transformam a prática jurídica. “Debates como este são essenciais para que os advogados se mantenham competitivos e mais bem posicionados, para enfrentar os desafios do futuro e aproveitar novas oportunidades no mundo jurídico”, concluiu.
Também entraram na pauta do II Innovation Day questões como inovação radical, estratégicas para negócios futuros, TAX OPs, direitos da concorrência das plataformas digitais, inovação no direito ambiental, uso da jurimetria e gestão de crise.
