Dando seguimento à formação continuada da advocacia paulista, a OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) proporcionou conhecimentos em gestão e operação de escritórios aos participantes da segunda edição do programa Aceleradora de Escritórios. A imersão presencial dos “acelerados” ocorreu na ESA (Escola Superior de Advocacia da OAB SP).
Gestora do programa e secretária-geral da Secional paulista, Daniela Magalhães disse aos participantes que o projeto continua seu planejamento, pegando na mão do advogado e o auxiliando a gerir seu negócio. “Hoje vocês iniciam uma jornada de muita mão na massa, falando sobre precificação, honorários e contrato social. Na primeira missão vocês entenderam para onde queriam ir, formaram essa ideia e agora aprendem como fazem para chegar lá”, falou a secretária durante a abertura do primeiro dia de atividades.
Entre as missões realizadas presencialmente, os “acelerados” seguiram com uma rotina de estudos e mentorias online, com aulas que trataram a tecnologia como uma aliada da advocacia. Lucio Martini Junior, inscrito na subseção de Ribeirão Preto, destacou o conhecimento obtido nesse período entre missões. “Uma coisa que coloquei muito em prática no meu escritório, que veio das aulas online, é a questão da utilização da inteligência artificial. Todos do escritório ficaram apaixonados e estamos todos utilizando essa ferramenta”, comentou o profissional, que também está organizando os orçamentos do escritório com base no conteúdo obtido no programa.
Cultura Organizacional
A mestra em gestão de pessoas e consultora em gestão de serviços, Isis Fontenele, conduziu os advogados para a construção da identidade de seus escritórios. “A cultura organizacional é algo muito particular, é o DNA de cada empresa. Os líderes trazem os seus valores e a partir disso constroem o que querem mostrar para o mercado”, orientou ela durante os encontros.
Um exemplo prático de cultura organizacional bem estabelecida foi apresentado pelo escritório Machado Meyer, visitado pelos “acelerados” na Missão 2. A advogada Ana Carolina Lourenço, especialista em gestão de crise no Machado Meyer e conselheira da OAB SP, explicou que o escritório fomenta um trabalho conectado por seus mais de mil colaboradores e 116 sócios. “Somos um escritório full service, que atende todas as demandas que o cliente corporativo precisa. Isso faz com que a gente trabalhe em rede e faça uso de ferramentas de metodologia ágil”, apresentou ela.
Apesar da dificuldade de se trabalhar com equipes muito grandes, Lourenço ressaltou como o uso de ferramentas tecnológicas tem facilitado o dia a dia profissional, principalmente ao tratar o cliente com centralidade. “Temos que olhar para o cliente, entender exatamente o que ele precisa, e entregar exatamente isso a ele”, apresentou a advogada.
Formação continuada
Os “acelerados” de Santos e Jacareí, Murilo Médici Andrade e Adriana de Oliveira Santos Velozo, respectivamente, comentaram que já estão conseguindo colocar conhecimentos em prática. O advogado da Baixada Santista mencionou que, após a entrada no programa, seu escritório está muito mais organizado, principalmente em relação à questão financeira. “A maioria das receitas e das despesas não estavam catalogadas e hoje eu já faço toda essa organização com planilhas. Ficou um fluxo bem mais prático e organizado”, disse Andrade.
Já a profissional de Jacareí, que atuou por dez anos no setor público e hoje faz uma reformulação de seu escritório, comentou que há muitas diferenças entre as duas áreas profissionais, mas destaca que a maior distinção enfrentada está relacionada ao choque geracional. “Hoje nós tivemos uma aula maravilhosa falando sobre liderança e eu acredito ser fundamental ter profissionais que te ajudam a entender a questão da gestão de pessoas. Isso faz toda a diferença na organização”, pontuou Veloso.
Sob a visão de conhecimento contínuo, Isis Fontenele evidencia o papel da Aceleradora de Escritórios na vida profissional dos advogados. “Aqui no programa nós encontramos advogados com vários níveis de experiência e, nesse processo de aprendizagem contínua, é importante fomentar que o advogado construa uma cultura que seja mais adequada ao que o mercado está pedindo”, indica a mestre em gestão de pessoas.