
Após cinco dias, 24 painéis e a participação de mais de 30 palestrantes que levaram ao público uma imersão completa em temas essenciais do Direito, a Jornada Cultural Ivette Senise, promovida pela OAB SP em celebração à semana de comemoração do Dia do Advogado, foi encerrada nesta sexta-feira (9). O evento teve como último ato a aula inaugural do curso de IA Generativa aplicada ao Direito, desenvolvido pela Comissão de Tecnologia e Inovação da Secional, com parceria das empresas ITS, Trybe e Jusbrasil.
Vice-presidente da OAB SP, Leonardo Sica foi o responsável por abrir a aula inaugural e reforçou a importância da advocacia se especializar em termos de tecnologia. “O advogado não vai perder o trabalho para a inteligência artificial, mas é possível que perca mercado e espaço para um advogado que usa a inteligência artificial. E, por mais paradoxal que pareça, essa tecnologia vai tornar os advogados mais humanos, exigir que desenvolvamos com mais profundidade as habilidades e capacidades que o robô não tem”, disse.
O dirigente da Secional ainda exaltou a marca de mais de 20 mil inscritos no curso e os benefícios que ele vai oferecer aos inscritos. “Teremos uma jornada muito produtiva com o time de primeira que conseguimos reunir. É muito satisfatório para a OAB SP dizer que estamos conseguindo oferecer isso de maneira gratuita a milhares de advogados e advogadas”, concluiu Sica.
Na sequência, Matheus Goyas, CEO e Cofundador da Trybe, mediou um bate-papo entre Ronaldo Lemos, Cofundador e cientista-chefe do ITS e presidente da Comissão de Inovação e Tecnologia da OAB SP, e Rafael Costa, CEO e Cofundador do Jusbrasil, que falaram sobre a tecnologia e alguns detalhes que serão abordados no curso.
Lemos comentou sobre o impacto da IA generativa na advocacia hoje e como ela vai avançar no futuro. “Esse processo de transformação da prática jurídica pela tecnologia não vem de hoje. O que vemos é uma nova tecnologia que vai acelerar ainda mais essa prática. A gente vai evoluir porque o próprio ambiente que o advogado trabalha já está evoluindo. Que esse curso seja uma chamada para podermos nos capacitar no uso dessa tecnologia”, afirmou.
Já Rafael Costa destacou como a tecnologia pode ser inclusiva e fazer a diferença no dia a dia de advogados e advogadas. “Até aqui, a gente tinha que falar a ‘língua’ do computador. Se quisesse dar um comando, tinha que saber linhas de programação ou, em um buscador, saber transformar pensamentos em palavras-chave. A IA generativa retira barreiras. Ela vai progredir e a gente tem tempo de ir acompanhando. Vale demais abraçar isso, pois, no longo prazo, a tecnologia será muito poderosa e vai trazer impactos significativos”, ressaltou.
As matrículas continuam abertas e podem ser feitas neste LINK. O curso está dividido em quatro módulos, intitulados “Introdução à IA generativa”, “Uso de IA generativa no dia a dia”, “IA aplicada ao contexto jurídico” e “Considerações sobre regulamentação jurídica e ética”. Haverá a entrega de certificado de conclusão do evento, com carga horária de 4 horas.
Gestão de crise
O último dia da Jornada Cultural Ivette Senise também recebeu Ana Carolina Lourenço, conselheira secional e vice-presidente da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB SP, que falou sobre gestão de crise.
Em sua explanação, a profissional reforçou algumas razões do tema ter que ser considerado com atenção pela advocacia. “Hoje em dia, na sociedade de informação que vivemos, fazer gestão de crise é relevante, principalmente para nós, operadores do Direito. Precisamos olhar os riscos que nossos clientes estão dispostos a enfrentar, trazer nossa proteção e alertá-los quanto a isso”, explicou.
Lourenço apresentou exemplos de crises enfrentadas pela advocacia e destacou dois passos necessários para uma boa gestão de crise: preparação e planejamento. “Preparação envolve entender os negócios dos clientes. Do contrário, não vamos conseguir auxiliá-los. E o planejamento é avaliar o que está acontecendo, olhar fluxos, procedimentos e como estão sendo feitas as decisões”, detalhou.
Por fim, especialista abordou, no campo da inclusão, a gestão de crise envolvendo a educação. E citou a Ação Direta de Inconstitucionalidade 5668, que prevê a obrigação, por parte das escolas públicas e particulares, de coibir as discriminações de gênero, por identidade de gênero e por orientação sexual, coibindo o bullying e também as discriminações em geral de cunho machista e homotransfóbicas.