Institucional

13 de agosto de 2024 - terça

Pesquisa inédita da OAB SP mostra perfil da advocacia paulista

Levantamento revela espírito empreendedor dos advogados e advogadas

Foto: Divulgação/Adobe Stock


Uma pesquisa inédita realizada pela OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) em todo o estado revela que advogados e advogadas paulistas têm perfil empreendedor e buscam qualificação como gestores para se destacarem em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo. Realizado entre 6 e 22 de dezembro de 2023, o levantamento foi feito por meio da aplicação de questionários estruturados junto a advogados inscritos na OAB SP e residentes nos municípios paulistas - foram efetuadas 804 entrevistas.

“O objetivo do levantamento foi entender o contexto de cada profissional, seus anseios e necessidades, porque cada região, cada Subseção, tem a sua realidade. É importante ouvi-los para saber onde e como atuar”, explica a presidente da OAB SP, Patricia Vanzolini. “Esta é a primeira pesquisa sobre o perfil da advocacia e traz a consolidação de tendências que temos verificado no nosso contato diário e intenso com advogados e advogadas de todo o estado”, destaca.

Vanzolini lembra que uma das missões da OAB SP é oferecer caminhos e condições para que advogados e advogadas possam exercer seu trabalho com excelência e, assim, aumentar sua renda. Em julho, a OAB SP aprovou uma nova tabela de honorários incluindo 45 novas áreas do Direito em frentes de atuação que crescem a cada dia: ambiental, eleitoral e condominial. Também entraram na tabela de honorários, de forma pioneira, as áreas de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artificial (IA).

“O mercado de trabalho para advogados e advogadas está em constante evolução, e novas oportunidades surgem em resposta a mudanças sociais, econômicas e tecnológicas”, avalia Vanzolini.

Outra iniciativa é o projeto Aceleradora de Escritórios, que já está na terceira turma. Aberto a profissionais de todo estado, com duração de três meses, promove módulos com temas centrais, como Cultura Empreendedora, Gestão e Operação de Escritórios, e Marketing e Negócios.

A jornada inclui uma etapa presencial de três dias intensivos de aprendizado prático, e uma fase virtual que se estende pelo resto do mês, oferecendo conteúdos adicionais, aulas de tecnologia e histórias de sucesso. “Todo o programa foca no conhecimento empreendedor para a advocacia autônoma e de pequeno porte.

Além disso, os participantes recebem mentoria de grandes nomes do setor jurídico, que fornecem dicas valiosas e insights específicos. Tudo isso de forma gratuita”, ressalta Vanzolini.

Entre os esforços da entidade para alavancar a carreira de advogados e advogadas paulistas, a presidente da Secional cita, também, qualificação profissional acessível e contínua, direcionada às diferentes fases da profissão; e investimento em infraestrutura nas Subseções, modernizando as Casas da Advocacia para proporcionar mais eficiência aos advogados e advogadas paulistas.

Maioria feminina

Confirmando a tendência nacional, a pesquisa mostra que a advocacia paulista é majoritariamente feminina: 51% de mulheres e 49% de homens. Como acontece nas demais profissões, as advogadas ainda têm remuneração média inferior a dos advogados. 

De acordo com o estudo, mais da metade dos profissionais em início de carreira ganham até R$ 5 mil mensais, sendo a maioria mulheres. Por outro lado, apenas 5,8% das advogadas, independente de faixa etária, recebem acima de R$ 15 mil, um terço da quantidade (16,75%) de homens com esta remuneração.

Para minimizar essas diferenças, a Secional vem implementando diversos programas afirmativos. Vanzolini destaca que inclusão e diversidade são eixos norteadores e transversais da Ordem paulista. “Desde que assumimos a direção da entidade, em 2022, travamos uma luta diária pela equidade de gênero e de raça em nossa profissão”, pontua a dirigente.

Iniciativa fundamental e inovadora, nesse sentido, é a criação do Selo Promove Mulheres Advogadas. A certificação foi lançada este ano e 19 escritórios receberam o selo em diferentes categorias. “Ações como esta têm o objetivo não somente de valorizar o trabalho das mulheres advogadas, viabilizando a inserção dessas profissionais no mercado, mas também de incentivar a permanência e a ascensão destas profissionais nos escritórios de advocacia inscritos na Secional paulista”, ressalta.

Áreas de atuação

O levantamento também identifica as principais áreas de atuação da advocacia do estado e as que mais faturam. Direito do Consumidor é o ramo que melhor remunera - em média R$ 10,7 mil -, mas é exercido por apenas 6,84% dos profissionais paulistas. No topo do ranking também estão as áreas Ambiental (R$ 10,6 mil), Previdenciária (R$ 10,4 mil), Empresarial (R$ 10,1 mil), Administrativa (R$ 9,8 mil) e Trabalhista (R$ 9,8 mil). A maior frente de atuação, no entanto, é o Direito Civil (57,3% dos profissionais), em sétimo no ranking de rentabilidade, com média de R$ 9,2 mil/mês.

“Como vimos na pesquisa, a renda pode variar significativamente dependendo da especialização. Por isso, buscamos orientar a advocacia sobre as novas áreas do Direito, as mais lucrativas e com maior demanda no mercado. A Escola Superior de Advocacia (ESA) está atenta aos novos mercados e, por isso, oferece qualificação nessas áreas emergentes do Direito”, afirma Vanzolini.

Outras atividades

O levantamento também revela que 47,6% dos advogados e advogadas paulistas também se dedicam a outras atividades. Apenas um terço dos respondentes (31,2%) dedica de 31 a 40 horas semanais à advocacia. Entre as áreas de atuação fora da advocacia, o empreendedorismo lidera o ranking (17%), seguido pelos profissionais aposentados (9,66%), docentes (6,53%) e funcionários públicos (6,27%). 

“Como profissional liberal e sem renda fixa, o advogado vislumbra em outras frentes uma opção de complementação de renda. A própria pesquisa revela o perfil empreendedor dos nossos advogados e advogadas. Essas mudanças de perfil da advocacia, que temos observado e agora aparecem de forma explícita na pesquisa, vêm orientando várias ações da OAB SP, no sentido de ampliar as perspectivas de renda dos advogados”, reforça a presidente da OAB SP.

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