“O mundo conta, hoje, com quatro grandes desafios. E o nosso País tem a oportunidade de se posicionar bem em todos eles”. Foi com essa afirmação que o cientista político Christian Lohbauer iniciou a sua palestra, nesta terça-feira (20), na 1ª Conferência Estadual de Direito e Agronegócio da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo), realizada em Ribeirão Preto, e que prossegue nesta quarta-feira (21).
O painel inaugural, intitulado Desafios e Perspectivas do Agronegócio no Contexto Global, trouxe questões como a segurança alimentar e energética, as mudanças climáticas e o desenvolvimento social como centro do debate agroindustrial. A aliança entre agronegócio e meio ambiente, traduzida por desenvolvimentos tecnológicos, foi um dos destaques.
Para Lohbauer, os últimos 15 anos colocaram em pauta a reindustrialização da sociedade, a fim de exponenciar países e suas grandezas individuais. E, no caso do Brasil, o campo é a resposta mais óbvia para essa questão.
“O compromisso com a sustentabilidade é uma realidade. E, ao explorar as vertentes da agregação de valor e energia, alimentos e biocombustíveis, podemos nos tornar referência. Afinal, somos um dos maiores exportadores de alimentos do mundo, mesmo produzindo mais e expandindo menos no âmbito das terras - o que é o argumento mais sustentável possível”, explicou o cientista político ao público presente e virtual.
Educação agroindustrial
Ao falar sobre os desafios do agronegócio brasileiro, Lohbauer deixou os termos técnicos e especificidades do setor de lado para apontar um dos entraves mais pulsantes da atualidade - e não exclusivo da agroindústria: a educação.
Um levantamento apresentado por ele, encomendado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mostra que, dos 48,5 milhões de jovens de 15 a 29 anos, 9,6 milhões não trabalhavam e nem estudavam no ano de 2023. Esse índice representa 19,8% da população brasileira nessa faixa etária.
Ainda assim, o cientista político reforçou que a grande massa é condicionada a ignorar os números exponenciais e toda a contribuição do agro no PIB (Produto Interno Brasileiro), já que, por vezes, as atividades agrícola e industrial são disseminadas de forma pejorativa.
“Há uma mensagem turva por trás do setor que mais cresce, e, depois de tantos anos na mesma narrativa deturpada, acredito que o nosso melhor projeto seja mudar essa cultura nas escolas. Precisamos trabalhar com as nossas crianças e adolescentes, em escala de médio a longo prazo, para apresentar uma realidade mais positiva do agronegócio”, disse.
E completou: “iniciativas como essa, de levar a informação para pessoas do meio jurídico e formadores de opinião, são o primeiro passo para o novo. A transformação coletiva é algo extraordinário e somos nós que devemos criar ações efetivas para as gerações futuras”.
Além das inscrições presenciais, a 1ª Conferência Estadual de Direito e Agronegócio é transmitida pelo canal do YouTube da Ordem paulista. O primeiro dia contou, ainda, com a presença de toda a diretoria da Secional e autoridades de Ribeirão Preto. Veja como foi.
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