Interseções entre o Direito Ambiental e o desenvolvimento sustentável no agronegócio foram temas do quarto painel da 1ª Conferência Estadual de Direito e Agronegócio da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo), realizada em Ribeirão Preto. O evento, que começou na terça-feira (20), segue com sua programação durante esta quarta-feira (21).
Presidente da Subseção de Barretos, Arany Maria Scarpellini Priolli L'Apiccirella presidiu a mesa, que teve como relatora a conselheira secional e presidente da Comissão do Meio Ambiente da OAB SP, Rosa Ramos. Discutiram a temática, ainda, a conselheira secional e vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem paulista, Priscila Akemi Beltrame; o coordenador do Observatório de Bioeconomia da FGV Agro, Daniel Vargas; e o professor da FGV, Luciano Godoy.
O eixo “Finanças Sustentáveis” foi destaque da palestra de Beltrame. A nova área compreende um conjunto de medidas fiscais, tributárias, creditícias, regulatórias e financeiras para incentivar a alocação de recursos públicos e privados em atividades sustentáveis, inovadoras e inclusivas, reduzindo riscos ambientais e climáticos. “Muitas indústrias já se beneficiam deste cenário, que inclui mecanismos sustentáveis atrelados à facilidade no pagamento de investimentos”, apontou.
Transição verde
Daniel Vargas falou dos desafios que a transição verde impõe ao mundo e que reflete na área do agronegócio. “O grande desafio que se coloca é que a agenda ambiental de clima seja abraçada pela economia, sobretudo no mundo tropical. Se fizermos isso, teremos duas consequências. A primeira delas é que países como o Brasil passarão a ser vistos e tratados com a sua realidade produtiva: nossas virtudes indígenas, do mundo tropical, uma máquina de fotossíntese a céu aberto, uma máquina de produção de serviços ambientais que contribuem com o clima comum. Segundo: é uma janela de oportunidades para mostrar ao mundo como nós podemos e devemos abraçar o desenvolvimento”, destacou.
Outro recorte abordado no painel foi o ISDS - um sistema que dá aos investidores estrangeiros a possibilidade de contornar os tribunais nacionais e recorrer a este mecanismo de “justiça” privada, para processar os estados sempre que considerem que a legislação local afeta seus lucros expectáveis.
O professor da FGV, Luciano Godoy, se diz preocupado em relação à aquisição de terras por estrangeiros. “Portanto, devemos refletir sobre a aplicação do código florestal, e que a aquisição de terras por estrangeiros seja pacificada e criado um Marco Legal estável”, defendeu.
Assista ao painel, na íntegra, no Canal do YouTube da OAB SP. Os oito painéis do evento são transmitidos ao vivo.
Clique aqui para participar do canal da OAB SP no Whatsapp! Receba notícias e novidades.