Direito Agrário

21 de agosto de 2024 - quarta

Empoderamento e a crescente participação feminina no setor foram destaques no painel Mulheres no Agronegócio

Pesquisa aponta que 59,2% das mulheres que atuam na área são proprietárias ou sócias e 30,5% fazem parte da diretoria ou gerência de empresas

Talita Cury, conselheira de Administração e Relações Institucionais do Grupo Santa Clara, enfatizou a importância da diversidade nas empresas. (Foto: Divulgação/OAB SP)


O empoderamento feminino e a crescente presença de mulheres no setor do agronegócio, especialmente na região Nordeste do Brasil, foram assuntos que ganharam destaque no painel ‘Mulheres no Agronegócio’, abrindo os trabalhos da tarde no segundo dia da Conferência Estadual de Direito e Agronegócio da OAB SP, que está sendo realizada em Ribeirão Preto, no Centro de Eventos do Ribeirão Shopping.

O painel discutiu os desafios, conquistas e a promoção da igualdade de gênero no setor. A mediação do debate ficou a cargo de Adriana Galvão, presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (CAASP) e o tema foi discutido pelas palestrantes Beatriz Sampaio, Conselheira Secional da OAB Mato Grosso do Sul; Talita Cury, Conselheira de Administração e Relações Institucionais do Grupo Santa Clara; e Ana Virginia Leal, Gerente de Fazenda da Fundação Bradesco - Canuana–TO. Também participou do painel o relator e conselheiro secional da OAB SP, Ricardo Giuntinni.

“Estamos em uma mesa plural, e a presença do nosso conselheiro Ricardo Giuntinni vem para coroar e mostrar que, apesar de a temática estar focada na presença de mulheres no agro, é muito importante termos homens participando das discussões, homens que nos apoiam e compreendem que precisamos progredir em espaços de liderança e reconhecimento”, afirmou Adriana Galvão em fala de abertura, estendendo os cumprimentos às presenças masculinas também na plateia. 
Galvão destacou a força, competência e garra das mulheres que atuam nesse setor, mesmo diante do conservadorismo que ainda persiste, ao mencionar dado do censo de 2017, apontando que já naquele ano existiam 1 milhão de mulheres na gestão de propriedades rurais.

Ana Virgínia Leal, gerente de fazenda da Fundação Bradesco em Formoso do Araguaia–TO, foi uma das palestrantes. Ela expressou sua gratidão por participar do evento e aproveitou para falar sobre a distribuição das mulheres no agronegócio brasileiro. “Olhando a distribuição das posições de mulheres no agro nas regiões do Brasil, espanta ver que a maioria delas está no Nordeste e não no Sudeste, como muitos pensam. Porque sempre se acredita que o Sudeste é o local onde se tem uma melhor educação e acesso à tecnologia, mas vemos que não. Essas mulheres do agro estão no Nordeste”, comentou.

Ana Virginia Leal.

Ela compartilhou números estatísticos que atestam a evolução da presença de mulheres no agronegócio. “A Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG, 2021) indica que 59,2% das mulheres que atuam na área são proprietárias ou sócias, 30,5% fazem parte da diretoria e atuam como gerentes, administradoras ou coordenadoras, e 10,4% são funcionárias e colaboradoras”, revelou.

Ana também compartilhou sua trajetória pessoal, desde sua infância em Uberaba–MG, acompanhando exposições de bovinos, até sua decisão de seguir carreira como zootecnista, enfrentando preconceitos por ser mulher em um universo predominantemente masculino. “Não estamos aqui para competir com nenhum homem, estamos apenas realizando nossos sonhos e nos colocando no papel no qual queremos estar. Não tem competição, é apenas o lugar onde queremos chegar”, afirmou, inspirando a plateia a ser resiliente e lutar por seus sonhos.

Beatriz Sampaio, conselheira seccional da OAB Mato Grosso do Sul, também abordou o papel inspirador das mulheres no agronegócio. “Mulheres, quando falam para outras mulheres e também para homens, elas inspiram. Criamos projetos dentro da Comissão para inspirar, porque precisamos nos emocionar. O futuro chegou, não podemos deixar para amanhã”, destacou Beatriz, ressaltando a importância de aprender a lidar com o universo do agronegócio e fazer conexões.

Talita Cury, conselheira de Administração e Relações Institucionais do Grupo Santa Clara, enfatizou a importância da diversidade nas empresas, especialmente na área do agronegócio. “Promover a diversidade é fundamental para o sucesso das empresas. Nos últimos 10 anos, houve um aumento de 109% no número de mulheres em cargos de gestão no agro, e isso hoje é uma realidade”, afirmou. Talita, que é colunista da Forbes Agro e responsável por um projeto de governança e sucessão na empresa familiar, destacou que 30% do quadro de colaboradores do Grupo Santa Clara é composto por mulheres.

O painel evidenciou que as mulheres estão cada vez mais presentes e ativas no agronegócio, não só como colaboradoras, mas também em posições de liderança, enfrentando e superando desafios em um setor historicamente dominado por homens. 
 
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