Selo Promove Mulheres Advogadas

17 de setembro de 2024 - terça

Lideranças têm papel fundamental no estabelecimento de políticas de equidade racial e de gênero na advocacia

Escritório Gaiofato e Galvão recebeu o reconhecimento Bronze na premiação Selo Promove Mulheres Advogadas da OAB SP

Elani Souza, coordenadora de comunicação, diversidade e inclusão do escritório Gaiofato e Galvão, fala sobre importância das lideranças à frente de ações de equidade. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

Atualmente compondo 51% da advocacia paulista, o público feminino de advogadas reforça a importância dos escritórios terem essa representação em seu quadro de colaboradores e sócios. Em pesquisa inédita, a OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) traçou um perfil da atual advocacia do estado e mapeou a representatividade de gênero e raça no meio jurídico. Neste levantamento, a Secional paulista aponta ainda haver disparidade sob o ponto de vista racial, majoritariamente (77%) ocupado por brancos.

Com 60% da sua equipe composta por mulheres, o escritório Gaiofato e Galvão foi um dos 19 escritórios premiados pela iniciativa Selo Promove Mulheres Advogadas da OAB SP, com o reconhecimento Bronze. Elani Souza, coordenadora de comunicação, diversidade e inclusão do escritório, destaca o valor da implementação de ações inclusivas. “Com a abertura de vagas afirmativas exclusivas para esses grupos e programas de mentoria, atualmente 40% da nossa liderança é feminina, o que demonstra nosso compromisso em mudar essa realidade”, comentou. O Selo Promove Mulheres Advogadas é uma iniciativa inédita da OAB SP, idealizada pela secretária-geral adjunta da Seccional paulista, Dione Almeida.

A desproporção racial e de gênero apontada pela pesquisa da OAB SP é destacada pela coordenadora de comunicação como um ponto de atenção necessário aos escritórios, mesmo com o crescente acesso aos cursos de Direito por mulheres e pessoas negras. “É fundamental criar oportunidades de desenvolvimento e acesso à advocacia para mulheres e pessoas negras, garantindo uma representação mais ativa desses grupos e possibilitando que alcancem os mais altos níveis em suas carreiras”, enfatizou.

“Embora o escritório sempre tenha defendido princípios de igualdade, reconhecemos que as políticas formais de equidade de gênero e raça foram reforçadas e sistematizadas nos últimos anos”, salienta a advogada. Entre as principais medidas adotadas estão a criação de uma plataforma de treinamento em diversidade e inclusão, programas de educação continuada, rodas de conversa periódicas com especialistas na área, política de parentalidade com 120 dias de licença remunerada para mães e 20 dias de licença aos pais, além de um plano de desenvolvimento igualitário. Sobre essa última ação, Souza detalha tratar-se de “um plano de desenvolvimento de carreira com critérios claros e justos, assegurando que todos os colaboradores tenham oportunidades iguais para crescer dentro da organização”.

Mudanças na organização

Escritório paulista recebeu o reconhecimento Bronze na iniciativa Selo Provome Mulheres Advogadas, da OAB SP. (Foto: Divulgação/Arquivo Pessoal)

A coordenadora de comunicação do escritório apontou mudanças significativas no ambiente de trabalho, como uma melhora no clima organizacional e o aumento da diversidade no quadro de colaboradores. “Há um ambiente mais inclusivo e acolhedor, onde os colaboradores se sentem mais à vontade para discutir questões de igualdade e respeito às diferenças”, acrescentou.

Para que essas transições aconteçam, a especialista pontuou ser essencial começar educando todos os colaboradores, especialmente os líderes. “Isso pode ser feito por meio de treinamentos, workshops e palestras, garantindo que o apoio da liderança seja firme e visível, já que uma cultura de diversidade só se torna viável quando os líderes estão engajados”, identificou Souza.

Além disso, para a representante do Gaiofato e Galvão, projetos como o da OAB SP estimulam os escritórios a reforçarem suas ações. “Iniciativas como essa ajudam a lançar luz sobre a disparidade ainda existente entre o quadro de inscritos na Ordem e a representação desses grupos na advocacia, estimulando os escritórios a desenvolverem ações voltadas para a equidade e inclusão”, concluiu a profissional.

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