Fenalaw 2024

23 de outubro de 2024 - quarta

IA acessível para pequenos e médios escritórios é discutida por especialistas na Fenalaw 2024

Desafios e oportunidades no mundo jurídico foram alguns dos temas abordados no painel

Painel contou com Leonardo Sica, vice-presidente da OAB SP, Danielle Matos, sócia da Laender Law, Antonio Abdalla, sócio administrativo do Abdalla e Landulfo Advogados, e moderação de Tercio Strutzel, consultor e publisher do Portal Direito na Era Digital

No painel "IA Acessível para Pequenos e Médios Escritórios: Como será o mundo com a IA – Como devo me preparar?", realizado na Fenalaw 2024, evento que começou nesta quarta-feira (23), em São Paulo, especialistas discutiram as implicações da inteligência artificial no futuro da advocacia.

Moderado por Tercio Strutzel, consultor e publisher do Portal Direito na Era Digital, o debate contou com a participação de Danielle Matos, sócia da Laender Law; Antonio Abdalla, sócio administrativo do Abdalla e Landulfo Advogados; e Leonardo Sica, vice-presidente da OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo).

Maria Juliana do Prado Barbosa, CEO da Fenalaw, abriu o painel enaltecendo os 21 anos da feira e destacando os avanços tecnológicos que marcaram essa trajetória, com ênfase na transição do analógico para o digital e a crescente integração da IA nos serviços jurídicos.

O advogado e a IA: como se preparar?

Tercio Strutzel iniciou o debate levantando a questão central do surgimento da IA (Inteligência artificial) e a crescente demanda para que advogados adotem essas novas tecnologias. Ele introduziu o conceito de engenharia de prompt, perguntando quais conhecimentos são necessários para que os advogados possam “conversar” com a IA de forma eficaz. Segundo Strutzel, a IA deve ser vista como uma ferramenta que auxilia, e não como um fim em si mesma.

Danielle Matos ofereceu dicas práticas sobre como estruturar bons prompts. "O prompt é o comando correto que fazemos para a IA. Existem gatilhos e macetes que ajudam a obter melhores resultados. É importante definir a persona que a IA deve assumir, além de ajustar o tom e o verbo (ação) que será utilizado. Se seguir esses passos, terá um bom resultado", explicou. Ela também destacou o papel do Legal Design como uma excelente ferramenta para mapear processos e otimizar o uso da IA.

Já Antonio Abdalla alertou que, sem o conhecimento adequado, a IA pode amplificar os problemas ao invés de resolvê-los. "Estejam preparados para falhar e aprendam com os erros. É preciso saber usar a ferramenta para que ela seja eficaz", aconselhou.

Oportunidades para pequenos e médios escritórios

Leonardo Sica abordou a importância de capacitar pequenos e médios escritórios, que de acordo com ele, representam uma parcela considerável da advocacia. O vice-presidente da Ordem paulista destacou que a OAB SP tem promovido ações para apoiar essa transição, como o lançamento de um marketplace de lawtechs.

Trazendo um ponto de vista pessoal, Sica, que atua no direito criminal, reconhece a importância de ferramentas de tecnologia no atendimento de clientes. "As ferramentas de predição são fundamentais, especialmente no contencioso criminal, para ampliar a capacidade de assessorar clientes com base em cenários mais amplos. Antigamente, os advogados mais antigos na profissão levavam vantagem por terem mais experiência, por terem vivenciado mais coisas", afirmou.

Abdalla completou ao destacar que a IA oferece uma vantagem competitiva significativa aos pequenos e médios escritórios. "Com a tecnologia, eles podem atender a demandas mais amplas e complexas por um custo menor, já que têm menos gastos do que os grandes escritórios", disse.

O advogado do futuro

O painel foi finalizado com uma reflexão sobre o futuro da advocacia e as habilidades necessárias para os advogados prosperarem nesse novo cenário. "O advogado do futuro será um gestor de projetos, entendendo não só de IA, mas também de finanças, marketing e outros aspectos do negócio", pontuou Danielle Matos.

Sica complementou ao afirmar que a chave do sucesso será a simbiose entre a inteligência humana e a artificial. "Precisamos entender em que o robô é melhor que o humano e usar isso a nosso favor, mas também potencializar o que nós fazemos melhor, como a empatia e a interpretação."

O debate deixou claro que, para os pequenos e médios escritórios, o uso eficaz da IA pode não só aumentar a produtividade, mas também ampliar o acesso a novos mercados e demandas, consolidando uma advocacia mais acessível e competitiva.

A Fenalaw 2024 acontece nos dias 23, 24 e 25 de outubro no Centro de convenções Frei Caneca. Veja como foi a abertura do estande do Universo OAB SP.


pub

Mais Notícias