Fenalaw 2024

24 de outubro de 2024 - quinta

Liderança, gestão de pessoas e cultura empresarial no jurídico são destaques de debates no 2º dia da Fenalaw

Ísis Fontenele, uma das coordenadoras do programa Aceleradora de Escritórios da OAB SP, mediou painéis sobre os temas

Painel Transformando Habilidades para Alcançar Excelência: Aprenda com líderes que inspiram'.


Gestão de pessoas, liderança e cultura empresarial na área jurídica são temas que ganharam destaque no auditório 1 da Fenalaw, nesta quinta-feira (24), com debates que reuniram  alguns dos melhores profissionais no mercado, sob a mediação de Ísis Fontenele, professora da FGV e uma das coordenadoras do programa Aceleradora de Escritórios da OAB SP.

Dentro desse escopo central, participaram do painel 'Transformando Habilidades para Alcançar Excelência: Aprenda com líderes que inspiram' Milena Sbrana, diretora jurídica e de integridade da ABB; Mônica Tavares Bussière, gerente geral jurídica da Eneva; André Drighetti, diretor jurídico da Sympla; e Henrique Marcondes, gerente executivo jurídico da Osklen.

Ísis Fontenele iniciou o painel explicando que a discussão teria como foco a distinção entre gestão e liderança. "A ideia comum é que liderança se refira a uma carga, mas a verdadeira essência do líder vai além da eficiência e produtividade. É fundamental que o líder se preocupe com a gestão de pessoas, influenciando, motivando e inspirando sua equipe. Portanto, a habilidade de lidar com pessoas é crucial para qualquer líder, independentemente da carga que ocupa", explicou.

Os palestrantes destacaram a importância de haver consciência sobre as próprias fortalezas e oportunidades de melhoria. "Muitas vezes, vemos lacunas de habilidade como fraquezas, mas elas devem ser encaradas como oportunidades de desenvolvimento. Para identificar essas áreas, recomenda-se realizar testes de perfis comportamentais e buscar feedback constante de colegas e líderes, não apenas nas avaliações formais", apontou Milena Sbrana

Mônica Bussière ressaltou que outra ferramenta valiosa é a mentoria, que, de acordo com ela, acelera o aprendizado ao permitir a troca de experiências com profissionais mais experientes, trazendo novas perspectivas. "É crucial criar estratégias que potencializam suas habilidades e, ao mesmo tempo, abordar limitações que possam impedir o avanço profissional", afirmou.

André Drighetti comentou ter percebido a importância de desenvolver habilidades de comunicação que eram essenciais para sua evolução na carreira. "Assim como as empresas realizam análises Swot, devemos fazer o mesmo ao nível pessoal", indicou. E disse que focar nas próprias forças e desenvolver estratégias para superar limitações promove bons resultados a qualquer profissional.

Fontenele acrescentou que no contexto jurídico, especialmente em funções internas, é essencial desenvolver competências transversais como a política de gestão e a construção de relacionamentos dentro da empresa. "À medida que o ambiente corporativo enfrenta desafios cada vez mais complexos, é vital que os profissionais do Direito estejam preparados para lidar com questões que vão além do conhecimento técnico adquirido na faculdade. Isso requer um equilíbrio entre hard skills e soft skills, permitindo que os advogados ofereçam soluções", pontuou.

Cultura empresarial

Ísis Fontenele mediou também o painel 'Compromisso com a Cultura Empresarial: Criando Culturas Corporativas que Retêm Talentos', que teve como convidada Michelle Koguta, coordenadora jurídica do iFood, no qual foi discutida a importância de serem desenvolvidas culturas organizacionais que valorizem as pessoas e promovam a retenção de talentos, especialmente em um contexto de trabalho híbrido.
 

Ísis Fontenele e Michelle Koguta.

O debate destacou que as organizações enfrentam o desafio de adaptar suas culturas para ambientes de trabalho híbrido. A necessidade de um entendimento profundo das realidades de cada escritório é essencial. Enquanto alguns escritórios maiores podem optar por retornar ao formato presencial para fortalecer a cultura organizacional, outros, especialmente os menores, têm encontrado formas de se adaptar ao home office. A discussão também enfatizou a necessidade de desenvolver culturas que realmente valorizem as pessoas, incentivando um ambiente saudável e seguro.

"É fundamental reconhecer que cada colaborador tem preferências diferentes: alguns se adaptam melhor ao trabalho remoto, enquanto outros preferem o ambiente presencial. Portanto, é vital que os gestores trabalhem individualmente com suas equipes, compreendendo as aptidões e necessidades de cada membro", disse Koguta.

No contexto da empresa em que atua, a coordenadora jurídica do iFood apontou como o Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) permite que os colaboradores definam metas de desenvolvimento com seus gestores, promovendo um crescimento que vai além de cursos formais. "Mentorias, interações com diferentes áreas e o aprendizado contínuo são essenciais para o desenvolvimento profissional e, nesse sentido, o PDI abrange habilidades tanto técnicas quanto interpessoais, como comunicação não violenta e oratória, reconhecendo que o desenvolvimento pode ocorrer em diversas formas. A troca de experiências entre os colaboradores também enriquece esse processo", afirmou

Já Ísis Fontenele destacou que a liderança é um elemento central na formação de uma cultura organizacional forte. Os líderes devem agir como modelos, refletindo os valores da organização e criando um ambiente que promova o feedback constante. "A troca de feedback, onde líderes e colaboradores se apoiam mutuamente, é crucial para criar um espaço de aprendizado e inovação", pontuou.

Michelle Koguta também destacou a importância da diversidade na equipe, que traz diferentes perspectivas e experiências, essenciais para a inovação e o crescimento. "O iFood, por exemplo, promove uma cultura inclusiva que valoriza a diversidade de ideias e experiências, contribuindo para soluções mais criativas e efetivas", relatou.

Comentando que "a retenção de talentos não deve ser uma obrigação, mas um desejo dos colaboradores de permanecer em uma organização que promove seu crescimento e desenvolvimento", Fontenele concluiu apontando que a construção de uma cultura organizacional sólida é um processo contínuo que requer comprometimento e dedicação de todos os envolvidos, especialmente da liderança.

"O foco deve estar sempre em desenvolver as pessoas, permitindo que elas vejam seu valor e sua importância dentro da organização", concluiu Koguta.

Ísis Fontenele ainda mediou os painéis ‘O Futuro é Flexível: como gerenciar Equipes de Trabalho para Maximizar Produtividade’ e ‘Satisfação do colaborador e Convergência Intergeracional no Direito: Novas e Tradicionais Perspectivas na Gestão Jurídica’.
 


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