A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nomeou, na última quarta-feira (5), a advogada Dione Almeida como presidente da Comissão Nacional da Mulher Advogada (CNMA). Atual conselheira federal por São Paulo no CFOAB e com um histórico de atuação na defesa dos direitos das mulheres e da diversidade, Dione assume a liderança da comissão com o compromisso de fortalecer a equidade de gênero na advocacia e impulsionar iniciativas que garantam maior representatividade feminina na profissão.
"Minha nomeação como presidente da Comissão Nacional é motivo de alegria e de responsabilidade, pois a comissão é muito importante para a continuidade do avanço da pauta de gênero na advocacia e em toda a sociedade, como ocorreu com o trabalho das presidentes nas gestões anteriores. Agradeço a confiança do presidente Beto Simonetti e de toda sua diretoria", afirmou Dione.
Dione Almeida, que atuou como secretária-geral adjunta da OAB SP no triênio 2023-2025, possui uma trajetória consolidada na luta por inclusão e justiça social. Doutoranda em Direito do Trabalho pela PUC-SP, sua pesquisa se concentra no impacto das cotas como mecanismo de superação de estereótipos e inclusão da mulher negra no mercado de trabalho. Além disso, já atuava como consultora da Comissão Nacional da Mulher Advogada da OAB, com participação ativa em várias iniciativas voltadas à ascensão feminina na advocacia, sendo responsável pela criação de premiações e ações que valorizam a presença das mulheres na profissão.
Durante sua gestão na OAB SP, Dione Almeida esteve à frente de importantes iniciativas para o fortalecimento da equidade de gênero. Em 2022, propôs e relatou o voto da Medalha Esperança Garcia, honraria aprovada por unanimidade pelo Conselho Pleno da OAB SP para reconhecer personalidades que se destacam na luta pelos direitos das mulheres negras.
Outra ação de destaque foi a criação do Selo 'Promove Mulheres Advogadas', desenvolvido para incentivar escritórios de advocacia a adotarem políticas de valorização feminina e equidade racial. A iniciativa premia e reconhece aqueles que fazem da inclusão um pilar de sua administração.
Além disso, foi idealizadora do projeto de aulas gravadas por mulheres advogadas, sob suas perspectivas, com o objetivo de contribuir para o sucesso profissional das advogadas do Brasil, disponibilizando o conteúdo no YouTube.
A experiência de Dione na OAB SP resultou em avanços concretos que serão ampliados em sua nova gestão na CNMA. Ela cita que, no triênio 2023-2025, a secional paulista deverá implementar propostas sugeridas por ela, tais como a criação do Protocolo de Recomendação com Sugestão de Anexos de Cláusulas Contratuais de Trabalho relacionadas ao trabalho das mulheres advogadas; a criação do Fórum Permanente de Relacionamento da Mulher Advogada com Sindicatos; a ampliação do Selo 'Promove Mulheres Advogadas', para contemplar departamentos jurídicos de empresas; a padronização do tratamento das advogadas criminalistas nos presídios; além da criação de um núcleo de relacionamento entre mulheres advogadas e outras instituições.
Dione destaca que, ao assumir a presidência da CNMA, seu compromisso é com o avanço da pauta de gênero em todo o país, respeitando as diferentes realidades da advocacia feminina. "O trabalho realizado na OAB São Paulo foi voltado para a advocacia paulista, que não é a advocacia brasileira. Mesmo dentro de São Paulo, há diversas realidades. Existem dados estatísticos de quem são as advogadas brasileiras, das diversas realidades. Sei que temos desafios em comum, como o lawfare de gênero, mas quero ouvir todas as advogadas, me reunir com as integrantes da comissão, conselheiras federais e presidentes das comissões estaduais para compreender melhor as especificidades de cada estado e área de atuação. Isso é fundamental para que nosso trabalho contemple todas as mulheres advogadas do Brasil", pontuou.
A portaria foi assinada pelo presidente do Conselho Federal da OAB, José Alberto Simonetti, e pelo coordenador-geral das Comissões e Procuradorias do CFOAB, Felipe Sarmento Cordeiro, e reafirma o compromisso da OAB com a promoção da igualdade de gênero e o reconhecimento das advogadas como protagonistas na advocacia brasileira.
