A OAB SP (Ordem dos Advogados do Brasil Seção São Paulo) promoveu na tarde desta sexta-feira (21), em sua sede, debate a respeito do uso da I.A. (inteligência artificial) Generativa na advocacia.
A abertura dos diálogos foi realizada por Leonardo Sica, presidente da Ordem paulista. “A pesquisa vem na esteira do curso sobre I.A Generativa aplicada no Direito, que no ano passado teve 40 mil inscritos. E a gente pretende chegar mais longe. Isso já foi bastante impactante, já é algo paradigmático aqui para a advocacia, mas a gente tem falado muito em letramento de inteligência artificial e estamos realizando, junto com a Tribe, um road show sobre o assunto”, explicou Leonardo Sica.
“Estaremos em São José dos Campos e Campinas, que são dois polos de tecnologia importantes, aqui do estado de São Paulo, mas vamos rodar o Estado inteiro para estar in loco também, não só fazer o treinamento online, porque a gente sabe todo o dilema, toda a complexidade do uso da IA”, acrescentou.
O presidente da OAB SP também citou a resolução aprovada pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com diretrizes de governança e ressaltou que a Ordem paulista pretende estar atualizada e atuante nas discussões sobre um marco jurídico ou arcabouço normativo a respeito do uso da I. A. “A gente carece de um conhecimento um pouco maior do fenômeno em si, antes de legislar sobre ele, e nossa intenção aqui é justamente fazer isso”, finalizou.
A mesa de debates contou com a participação de Matheus Ganem, diretor executivo da Trybe, Luiz Paulo Pinho, cofundador do JusBrasil, e João Archegas, coordenador da equipe de direito do ITS Rio (Instituto de Tecnologia e Sociedade), todos envolvidos na realização da pesquisa sobre a adoção e percepção da Inteligência Artificial (IA) Generativa no setor jurídico; e Afonso Paciléo, conselheiro da OAB SP e diretor do Cultural OAB SP.
Quem usa a I.A. e para quê?
O levantamento - disponível na íntegra aqui - teve mais de 1.500 respostas coletadas em uma consulta online e permitiu a apreciação de perfis dos perfis que utilizam a tecnologia no âmbito do Direito, bem como conhecer mais sobre os desafios enfrentados por esses profissionais e as oportunidades emergentes para o setor.
Os dados apontam que 55,1% dos entrevistados já utilizam IA Generativa em suas atividades profissionais, principalmente para análise e resumo de documentos, criação de peças jurídicas e pesquisas de doutrina e jurisprudência. Segmentando por perfil profissional, 50% dos advogados autônomos, 62% dos advogados de escritórios ou empresas privadas e 63% dos operadores do Direito no setor público fazem uso regular da tecnologia.
Com o auditório ocupado por profissionais de Direito, jornalistas setoristas de tecnologia e do Judiciário, além de membros da OAB SP, os integrantes da mesa responderam a perguntas e acrescentaram pontos de vista a respeito do atual panorama da introdução da I.A no âmbito jurídico.